
Considerando o Medo – Coisa alguma se te afigure apavorada. A vida consta de experiências vitoriosas ou não, que te ensejem aquisições para o equilíbrio e a sabedoria. Não sofras, portanto por antecipação, nem permitas que o fantasma do medo te perturbe o discernimento ante os cometimentos úteis, ou te assuste, gerando perturbações e receio injustificado. Quando tememos algo, deixamo-nos dominar por forças desconhecidas da personalidade, que instalam lamentáveis processos de distonia nervosa, avançando para o desarranjo mental. Os acontecimentos são conforme ocorrem e como tal devem ser enfrentados. O medo avulta os contornos dos fatos, tornando-os falsos e exagerando-lhes a significação. Predispõe mal, desgasta as forças e conduz a situação prejudicial sob qualquer aspecto que considere. O que se teme raramente ocorre como se espera, mesmo porque as interferências divinas sempre atenuam dores, até quando não são solicitadas. O medo invalida a ação benéfica da prece, esparze pessimismo, precipita em abismos. Um fato examinado sob a constrição do medo descaracteriza-se, um conceito soa falso, um socorro não atinge com segurança. A pessoa com medo agride ou foge, exagera ou se exime da iniciativa feliz, torna-se difícil de ser ajudada e contamina, muitas vezes, outras menos robustas na convicção interna, desesperando-as também. O medo pode ser comparado à sombra que altera e dificulta a visão real. Necessário é combatê-lo sistematicamente.